Entidades vão buscar alternativas eficientes para contenção do parasita por meio de armadilhas; o objetivo é reduzir riscos de infestações e minimizar os impactos nas áreas de criação de bovinos próximas às lavouras de cana-de-açúcar
Por Biosul
Por meio de um Termo de Cooperação a Biosul [Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul] e a Embrapa Gado de Corte [Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária] formalizaram acordo para desenvolver novas pesquisas sobre formas de combate à mosca-dos-estábulos [Stomoxys calcitrans]. A solenidade de assinatura do contrato aconteceu durante abertura do III Simpósio Brasileiro de Solos Arenosos, no início deste mês, em Campo Grande (MS).
A parceria vai permitir avanço nas pesquisas que buscam soluções eficientes em armadilhas para controle da mosca-dos-estábulos. O objetivo é reduzir a ocorrência de infestações e minimizar os impactos do parasita nas áreas de criação de bovinos próximas às lavouras de cana-de-açúcar.
Para o gerente executivo da Biosul, Érico Paredes, que representou o presidente da Associação na solenidade de assinatura do termo, se trata da formalização de um trabalho que é feito há dez anos. “O setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul tem essa atenção com o tema desde os primeiros surtos que ocorreram em 2008 próximos às áreas de cana-de-açúcar, abrimos as portas para a pesquisa para então entendermos o surgimento de surtos da mosca. Desde então, trabalhamos em conjunto com todas as Associadas, entidades do setor da pecuária e pesquisadores para buscar formas de minimizar os impactos dessa praga que é enfrentada em todo o País”, destacou.
O contrato, para o chefe geral da Embrapa Gado de Corte, Ronney Mamede, vai permitir a continuidade do trabalho feito nos últimos anos pelas entidades envolvidas e representa um ganho para todo o segmento agropecuário do País. “É a primeira vez que formalizamos o termo de cooperação, com grande expectativa para que possamos continuar trabalhando juntos e intensificar essas ações visando o controle e manejo da mosca-dos-estábulos, não apenas na nossa região, mas também com o propósito de levar esse conhecimento para outras regiões do País que têm enfrentado problemas com o inseto”, afirmou.
De acordo com o Termo de Cooperação, as pesquisas serão realizadas durante o período de 12 meses, podendo o acordo ser renovado.
Avanço nas pesquisas
Os médicos veterinários da Embrapa Gado de Corte, Paulo Cançado e Thadeu Barros, serão os pesquisadores responsáveis pelas pesquisas. Segundo Paulo Cançado, o termo de cooperação é a continuidade das pesquisas realizadas nos últimos anos e que agora buscará mais intensivamente alternativas de contenção da mosca afim de evitar novos surtos.
O pesquisador relembra o início dos estudos sobre mosca-dos-estábulos em Mato Grosso do Sul. “Quando ocorreram os primeiros surtos [2008] foi muito crítico porque não tínhamos informações alguma sobre a mosca. Passamos a estudar e entender como era o parasita e a partir de então traçamos as primeiras estratégias de manejo da mosca-dos-estábulos. Desde o início contamos com a colaboração da Biosul e suas associadas e isso contribuiu para conseguirmos levantar os dados necessários a partir de visitas técnicas em áreas de cana-de-açúcar”, comentou.
O primeiro projeto científico sobre o tema teve início em 2011 no Estado. “Os primeiros estudos ainda não eram sobre controle da mosca, mas sim levantamento de informações para conhecermos o comportamento do parasita. Com essas informações fizemos um importante trabalho de divulgação e conscientização com as usinas, pecuaristas e autoridades locais”, relatou Cançado. A partir de então, o Estado se tornou protagonista nos estudos e metodologias de prevenção e combate à mosca-dos-estábulos.
Agora, com o termo de cooperação, o pesquisador acredita que será mais um importante passo no campo científico. “Teremos uma melhor estrutura para o desenvolvimento das pesquisas e a nossa intenção, além de desenvolver armadilhas, é chegar à novas descobertas sobre a mosca-dos-estábulos que contribuam de fato para reduzir os impactos nas atividades de cana e pecuária”, completou o pesquisador.