Por Amaury Pekelman
Poucas vezes temos a oportunidade de não apenas viver a história, mas fazer a história. Grandes marcos da humanidade e mudanças geopolíticas do planeta, por vezes, passam despercebidos pelos cidadãos que trilham tais épocas históricas, como a Revolução Industrial.
No próximo dia 24 de dezembro seremos testemunhas de um divisor de águas na política energética brasileira e quiçá do mundo, e, por que não dizer, numa mudança de paradigmas nas questões ambientais que tanto preocupam a humanidade. O RenovaBio — Política Nacional dos Biocombustíveis entrará, efetivamente, em vigor no País que tem a matriz energética mais limpa do planeta.
Com o RenovaBio, muito mais do que termos apenas a previsibilidade necessária para investimentos em biocombustíveis, o Brasil dará um exemplo prático de como se comportará e investirá em mecanismos de sequestro de carbono que inibem as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
Estamos falando em efeitos ousados como o de ampliarmos a participação do etanol na matriz energética brasileira de 33 para 49 bilhões de litros em 2030, com investimentos que podem ultrapassar a ordem dos 70 bilhões de reais.
Criado pelo governo federal, o RenovaBio trará ao nosso setor o impulsionamento necessário para ampliar ainda mais a produção e utilização de combustíveis renováveis. Com isso, estaremos aptos a dar ao mundo uma aula sobre a redução efetiva das emissões de gases de efeito estufa.
Com as regulamentações recém aprovadas pela ANP para a geração de lastro necessário à emissão primária de Créditos de Descarbonização (CBIOs), o País terá a confiabilidade necessária para garantir a emissão de CBIOs, que funcionarão como reguladores econômicos, dando previsibilidade ao mercado de etanol.
Mas os principais benefícios desse momento histórico que estamos vivendo serão, de fato, percebidos na qualidade de vida dos brasileiros. Poderão ser notados, na manutenção da qualidade do ar que respiramos em nossas grandes metrópoles, com o uso de quase 50% de etanol em nossa matriz energética, somando-se ao uso direto de etanol nos veículos flex e à mistura de 27% de etanol anidro na gasolina consumida do País.
Esse ativo ambiental, da qualidade do ar que respiramos, tem sido, inclusive, objeto de inúmeras pesquisas e busca ferrenha de mandatários de muitos países que buscam copiar nossos êxitos em grandes capitais mundo afora.
O mais incrível: vivemos este momento. Construímos esta história. Devemos nos orgulhar. Nada melhor do que encerrarmos 2019 e adentrarmos um NOVO ANO com as esperanças renovadas e renováveis!
Amaury Pekelman é vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Atvos, Presidente da UDOP e Presidente do Conselho Deliberativo da Biosul.